quinta-feira, 31 de maio de 2012

MEDIDA


Olavo foi visto à tarde na piscina do Tênis Clube.
         Estava alegre. Pagou uns drinks para as gatinhas, deixou uma boa gorjeta para o barman e, lá pelas 5 da tarde, partiu em seu carrinho vermelho.
         Ás duas da manhã, na favela do cortume, descarregou cintas de balas de metralhadora em um povo inteiro.  Matou, ao todo, 37 pessoas – favelados que tinham acabado de se instalar no local, logo depois da “operação limpeza”, feita pela prefeitura.
         Olavo gargalhava quando foi preso. Suas roupas estavam chamuscadas e totalmente tintas de vermelho. À luz da lua cheia podia-se notar as suas mãos firmes, o seu olhar frio e as veias do pescoço salientes de prazer.
         Em depoimento à polícia declarou que nunca gostou de morte lenta, detesta mortos-vivo e é a favor da eutanásia. 

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