quinta-feira, 24 de maio de 2012

QUEM QUER SER FELIZ?


Apesar de estar convalescente fui ao cinema com o meu marido, só para não perder o costume.
Vimos, em pré-estréia, “Quem quer ser milionário?” – o filme Indiano, ganhador do Oscar em 8 categorias.
Valeu a pena. Parece que alguém se lembrou da singela magia da linguagem cinematográfica. Tomara que, enfim, a mania da pirotecnia e dos inverossímeis efeitos especiais tenha passado.
De qualquer forma, há o cinema Britânico, que sempre primou por esse realismo poético – uma combinação de poesia e realismo que acaba garimpando a poesia da vida real. Um frágil fio em prumo que garante o equilíbrio entre o piegas e o poético. E, nesse contraponto, a Índia da vida real, juntamente com a Índia do turista, ganhou visibilidade globalizada pela primeira vez nas telas do cinema.
É um grande feito porque sabemos da força da Imagem (leia-se quadrinhos, cinema, televisão). Nas décadas de 60 e 70, o codinome para esses nossos tempos era “Civilização da Imagem”.
Isso (falar nos anos 70) me faz lembrar que semanas antes da cirurgia fomos assistir “Se eu fosse você – 2”, filme brasileiro divertido que bateu recordes de bilheteria, tanto o 1 como o 2.  Bem, “sucesso” não é novidade em se tratando de Daniel Filho, que dirigiu o filme.
Considero o Daniel Filho um dos grandes “facilitadores” da emancipação feminina no Brasil. Ou, pelo menos foi o cara que deu o golpe de misericórdia na resistência à emancipação da mulher. Em 1978, o seriado “Malú Mulher”, escrito por Renata Pallottini e dirigido por Daniel Filho, foi sucesso estrondoso no Brasil e em outros 60 países. O que era “papo cabeça” atingiu em cheio o coração do povo, não só por refletir situações que a sociedade já vivia, mas também porque os telespectadores solidarizavam-se com o drama pessoal de Malú, por identificação e/ou por tomada de consciência.
O seriado pode ter sido o evento decisivo para a formação da massa crítica necessária ao processo de reversão do ponto de vista das pessoas. Afinal, nós só aderimos a novos paradigmas quando o entendimento se faz com intensa emoção.
Hoje a luta da mulher particularizou-se e tem outras prioridades que não são aquelas de arregimentar adeptas. A luta é de cada mulher e dos homens que com ela interagem, no lar e no ambiente de trabalho.
É a somatória dessas lutas anônimas que, em última instancia, irá coroar o trabalho de reversão iniciado pelas bravas pioneiras nos distantes anos 60.
Hoje as mulheres e os homens dividem o mercado de trabalho em partes quase iguais. Mas analisar o tema pela perspectiva da inclusão no trabalho é desmerecer a luta feminista. O movimento envolve muito mais do que a questão do trabalho remunerado com igualdade de direitos.
Pitágoras disse: “Há um princípio bom que criou a ordem, a luz e o homem; e um princípio mau que criou o caos, as trevas e a mulher”.  (Fala sério, gente!)
É por causa dessas coisas que as grandes insurreições começam radicalizando. Os excessos pulverizam-se pelo caminho e assentam-se quando o vendaval passa.
Ainda estamos em processo de assentar-se: ter a opção de arbitrar a própria vida é um privilégio jamais imaginado por nossas avós e tataravós.
Viver não é um eterno piquenique: as dores e angústias , seja das mulheres, seja dos homens, precisam ser administradas com uma visão de longo prazo e bastante sabedoria,
Nada pessoal; apenas faz parte da vida. 

todos os direitos reservados AKEMI WAKI

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