segunda-feira, 1 de outubro de 2012

POESIA POR DOIS BEBÊS E UMA COLEIRA

Vi três mulheres jovens caminhando pela calçada.
Duas delas empurravam calmamente seus carrinhos de bebê.
A terceira quase corria,
indo e vindo ao trote inquieto do seu cãozinho. 

Três mamães, uma cena urbana.
E o estranhamento.
Alguns chamam espanto; outros, de insight.
Que seja! Inspiração.
Depois do hiato cheio de fragoroso silêncio,
a poesia chega e o pensamento ganha asas.
Coração. Velocidade.
E emite flashes. Profecias.
Homens versus animais domésticos, disputando comida.
Meu tio pensava como Jacques Cousteau.
Estão mortos neste sábado nublado.
Lições de maternidade.
O mistério dos sapatinhos pequeninos.
De novo, esparadrapo no joelho!
Brócolis. Ervilhas. Espinha de peixe.
Qual o seu problema?
Fora de época não frutifica.
Sem a luz da razão o amor vira obsessão.
Morrer sem fé. Atrasar-se para o encontro.
Nunca é cedo; nunca é tarde.
Nascimento. Puberdade. Maturidade.
Velhice. Morte. Se perder hora, saiba:
a humanidade espera o indivíduo.


Todos os direitos reservados Akemi Waki 



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